O uso de containers como solução projetual tem se mostrado uma forte tendência na prática arquitetônica contemporânea. A adaptação deste objeto utilitário idealizado para transporte de carga em espaços habitados pelo homem tira partido de algumas características como sua capacidade modular, seu adequado dimensionamento e também da estética industrial que carrega, agradando a muitos segmentos do mercado.
As vantagens do uso do contêiner como arquitetura vão além de seus atributos materiais e espaciais. Um dos problemas da construção civil tradicional é o excesso de resíduo gerado no canteiro de obras. O reaproveitamento de estruturas já existentes diminui significativamente a produção de entulhos, deixando a obra mais limpa, mais rápida e possivelmente com menor custo, a depender de outras definições de projeto.
A ideia de uma construção inovadora, sustentável e economicamente viável é bastante sedutora, mas há limites aos usos possíveis de serem abrigados no container e há especificidades que demandam cuidados nos processos que tratam de sua conversão em objeto arquitetônico. Para esclarecer tais questões e lançar luz sobre outras tantas, convidamos o arquiteto Daniel Assuane (https://www.casacontainermarilia.com.br/) que tem se especializado no uso do container em diferentes projetos, um deles selecionado para o “Building of the Year 2020”, premiação promovida pelo site Archdaily Brasil. O arquiteto Victor Caixeiro também contribui com sua experiência no uso de containers para fins comerciais.
Há relatos do reuso de vagões de trem para outros fins desde o século XIX, na Europa. Também no período de guerra, containers chegaram a ser adaptados para abrigos temporários. Mas a contemporaneidade certamente inaugurou uma forma própria de reaproveitamento do equipamento, explorando sua capacidade como unidade compositiva e refinando a rusticidade estética do objeto original. Os projetos que têm no container seu partido inicial não necessariamente precisam se restringir a ele, o que gera uma diversidade de soluções plásticas quase contraditória a lógica de modulação baseada no agrupamento de partes iguais.
Outras especificidades podem ser apontadas quanto aos cuidados na hora de escolher qual container comprar, com quais materiais revestir e como os sistemas complementares de funcionamento do edifício dialogam com a estrutura em caixa, usualmente feita em aço cortén. Mas nada que dificulte sua grande aplicabilidade para o projeto arquitetônico e sua execução.
Para começar a tirar suas dúvidas e curiosidade a respeito, ouça nosso episódio. Até a próxima!
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Referências e Comentados no Episódio:
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- Tiny Houses no Brasil: site
- Entender a estrutura do container | artigo
- Trendwatching.com
- Série: Atlanta | Netflix
- Canal “entre para morar” | youtube
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