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Está no ar o Arquicast 108 que traz para o debate temáticas de grande relevância na atualidade: o desafio da desigualdade que caracteriza o contexto urbano brasileiro, a importância do papel social do arquiteto e a necessidade de gerar maior engajamento por parte da população, a começar pelos próprios arquitetos, no compromisso de construir cidades mais justas e preparadas para o futuro incerto que se avizinha. Certo é que a cidade é e ainda será o locus preferencial das trocas sociais, culturais e econômicas. Por isso é fundamental falarmos sobre ela. Quem nos acompanha neste episódio é o arquiteto e urbanista Washington Fajardo
Nesta proposta de refletir sobre a cidade, buscamos na produção bibliográfica do arquiteto e antropólogo Carlos Nelson Ferreira dos Santos o apoio teórico e metodológico oferecido em sua obra “A cidade como um jogo de cartas”. O livro é resultado do trabalho de Carlos Nelson e sua equipe à frente do Centro de Pesquisas Urbanas, pertencente ao Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), na oportunidade de desenhar 6 novas cidades no ainda virgem Território de Roraima na década de 80. O livro, que tem edição esgotada, é de 1988, mas é importante voltar às experiências prévias que muito explicam a visão do autor sobre a atuação do arquiteto. Visão esta refletida nas suas obras escritas, na prática docente e na sua prática projetual.
Carlos Nelson formou-se pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, em 1966, no Rio de Janeiro. A institucionalização da FNA em 1945 se deu com a extinção da anterior Escola Nacional de Belas Artes e foi marcada pela reforma do ensino proposta por Lucio Costa nos anos 30, com a introdução de conteúdos de Urbanismo e Paisagismo na grade curricular. Esse movimento em direção a um maior conhecimento sobre a cidade se explicava pelo contexto de intensa urbanização do território brasileiro, acompanhado por um adensamento habitacional nas principais capitais. Era tal o cenário para essa geração de profissionais do urbano.
Naturalmente influenciado pelo contexto nacional, Carlos Nelson dedicou-se ao urbanismo de diferentes formas. Após experiências em favelas, nas quais trabalhou junto com outros arquitetos (Quadra Arquitetos Associados Ltda.) rompendo os paradigmas da política habitacional no Brasil, ingressou no Mestrado em Antropologia. As ciências sociais são uma marca de sua atuação como arquiteto, ao ponto dele se autonomear como um “antropoteto”. Além disso, foi docente ativo do curso de Arquitetura da Universidade Federal Fluminense, o que transparece na forma didática como teoriza sobre assuntos complexos em suas diversas produções textuais.
O livro “A cidade como um jogo de cartas” se propõe a um duplo desafio: dar subsídio técnico para os profissionais atuarem no campo do planejamento urbano; e traduzir de forma didática os processos de formação das cidades para estudantes do ensino fundamental. A analogia com o jogo de cartas, associada a um profundo conhecimento teórico explicitado nos capítulos iniciais, consegue cumprir os objetivos propostos e, por isso mesmo, fez da obra uma referência nas escolas de arquitetura no Brasil. Não poderia ser mais atual.
Quer saber um pouco mais? Escute o cast! Bom proveito e até a próxima!
Referências e Comentados no episódio:
- A cidade como um jogo de cartas | PDF | Link Fau.USP
- Documentário Netflix: “Arremesso Final” | link
- Livro: “A desumanização” Valter Hugo Mãe | Amazon
- Proposta ONU-Habitat | Link
- Série: “Show me a Hero” | linkHBO
- Livro: “Favela: quatro décadas de transformações no Rio de Janeiro” Janice Perlma | Editora FGV
Acesse o site do evento: https://www.uia2020rio.archi/
Em breve mais notícias da parceria Arquicast+ UIA2020!
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