Neste episódio especial, sobre o 9º Prêmio Arquitetura Tomie Ohtake Akzonobel, tivemos a oportunidade de conversar com o júri e conhecer os bastidores de um processo tão importante em premiações dessa natureza. No episódio anterior, foi discutida a função das premiações no campo da arquitetura como agentes definidores dos cenários da produção profissional. Também tivemos a chance de conhecer um pouco mais da história do prêmio e sua evolução ao longo das nove edições. Agora, teremos a oportunidade de entender como os critérios foram aplicados na seleção dos projetos, além de conhecer um pouco do perfil de cada jurado, que contribuiu para a construção da identidade desta edição do prêmio.
Participaram Carol Tonetti, arquiteta e urbanista, doutora em “Projeto, Espaço e Cultura” pela FAU-USP e professora na Escola da Cidade há 20 anos; Ester Carro, arquiteta, urbanista social e mestre em planejamento urbano, presidente do “Fazendinhando”, Instituto de transformação territorial, cultural e social, que realiza projetos sociais e intervenções físicas em favelas de São Paulo; Clevio Rabelo, doutor em História da Arquitetura pela FAU/USP e Professor Adjunto na área de Projeto Arquitetônicono DAUD-UFC, em Fortaleza, onde coordena ações de extensão, como o “Projeto Arquitetônico: Pensamento e Práxis, o Geração Migrante e a pesquisa Arquitetura Bicha”; e Thaís Troncon Rosa, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia, pesquisadora associada do PPGAU-FAUFBA.
Durante as conversas com os jurados, diversos tópicos foram apresentados, refletindo a diversidade regional presente nos projetos selecionados. Houve uma valorização das diferentes abordagens arquitetônicas e urbanísticas que surgem em cada região do país, levando em consideração suas particularidades culturais, climáticas e sociais. Essa diversidade regional se mostrou fundamental para enriquecer a seleção e ampliar a representatividade da arquitetura brasileira, ao reconhecer e valorizar as distintas formas de pensar e intervir no espaço.
Foram considerados, dentre outros aspectos, a preocupação em valorizar práticas arquitetônicas que minimizem o impacto ambiental e promovam a sustentabilidade, a importância da utilização de materiais locais na concepção dos projetos. Valorizar os recursos disponíveis em cada região não apenas contribui para a economia local, mas também promove uma conexão mais profunda com o contexto em que a obra está inserida. A utilização de materiais locais não apenas ressalta a identidade cultural e arquitetônica, mas também reduz a pegada ambiental ao minimizar a necessidade de transporte e a emissão de gases poluentes.
Os jurados também destacaram aspectos artísticos presentes nos projetos selecionados. Além da funcionalidade e estética, houve uma valorização das abordagens que se aproximam da arte e exploram a expressão criativa dos espaços. A interação entre arquitetura, arte e design foi enfatizada como uma forma de enriquecer a experiência dos usuários e de criar ambientes que estimulam a sensibilidade estética e emocional.
A relação dos projetos com o contexto social também foi um tema recorrente nas discussões do júri. A compreensão dos desafios e demandas sociais presentes nas diferentes realidades brasileiras foi considerada fundamental para a seleção. Os projetos que demonstraram uma forte conexão com as necessidades das comunidades e que buscaram promover a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida foram valorizados. Essa abordagem revela uma preocupação do prêmio em reconhecer espaços e lugares que estejam em sintonia com as demandas e os anseios da sociedade, redesenhando o campo da arquitetura e do urbanismo em cada oportunidade de dar visibilidade às boas práticas. Até o próximo episódio!
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