Arquicast 160 – Entrevista: Tetro Arquitetura

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    Formada em 2004 pelos ainda estudantes de arquitetura Carlos Maia, Débora Vieira Mendes e Igor Macedo, a Tetro Arquitetura tem um portifólio de projetos que abrange obras em grande parte do território brasileiro e que, ainda sim, mantém uma notável coerência de abordagem. Esta identidade plástica e conceitual que marca o trabalho do grupo, na opinião de alguns críticos de arquitetura, se deve, em parte, à influência da tradição modernista brasileira. Será? Esta e outras questões estão neste papo descontraído com este trio de mineiros nada convencionais.

    É possível notar, no conjunto de suas obras, a presença de elementos arquitetônicos e estratégias espaciais características do modernismo brasileiro. Mas ainda mais forte é o traço contemporâneo de sua abordagem, atualizando este repertório numa leitura sempre muito afinada e respeitosa ao contexto. Não por acaso, o escritório vem recebendo prêmios e reconhecimento internacional, como o recente convite para expor em Veneza, num dos eventos paralelos à Bienal de Arquitetura.

    Umas das curiosidades de alunos e recém-formados é sempre quanto à dinâmica cotidiana de trabalho dos escritórios de referência. Sua relação com clientes, o processo de concepção e desenvolvimento dos projetos e toda a logística que viabiliza a prática profissional. Neste papo com a Tetro, Carlos, Débora e Igor são extremamente francos e abrem o jogo sobre os altos e baixos de sua trajetória.

    Desde os tempos da UFMG, onde todos estudaram e onde se conheceram, até o momento atual, a história do trio é marcada por muita sinergia, muitas madrugadas passadas nas casas de familiares – e onde fosse possível projetar com pouco custo – alguns retrocessos, mas, acima de tudo, uma crença genuína na forma como concebem arquitetura. Aliás, os momentos mais desafiadores, como nos contam nossos convidados, também serviram para o grupo refletir e apostar ainda mais forte na proposta de trabalho que acreditavam.

    Inquietos e apaixonados pelo que fazem, as habilidades de cada um se complementam, produzindo uma arquitetura que consegue ser sensível ao cliente, ao lugar e ao programa, com marcada ousadia tectônica, e ainda manter processos criativos artesanais como estratégia habitual de desenvolvimento projetual. As maquetes de processo, programa e as maquetes finais, representam a abordagem cuidadosa que adotam no seu fazer arquitetônico.

    Além de compartilhar sobre a dinâmica de trabalho, o grupo ainda traz as repercussões do recente sucesso internacional e de como isso tem afetado a vida de cada um. Imperdível. Até a próxima!


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