Em mais um episódio da série sobre mobilidade urbana, o Arquicast traz um dos assuntos mais atuais dentro desse tema: a mobilidade ativa. O planejamento das cidades durante muito tempo não considerou os deslocamentos que apenas dependem do nosso esforço físico como parte integrante de todo o sistema de transportes. A mobilidade muitas vezes é associada à utilização de um veículo motorizado, em especial quando o assunto é o sistema de transporte público. O resultado disso vemos refletido nas cidades em que vivemos, com poucas oportunidades de interação entre os diferentes modais e formas de deslocamento.
Andar, guiar uma bicicleta ou até mesmo usar um skate ainda não estavam na agenda do planejamento urbano, até que o estudo da mobilidade ativa veio para suprir essa lacuna. O episódio contou com a presença da Danielle Hoppe, arquiteta pela UFRGS e mestre em planejamento urbano pela McGill University (Montreal, Canadá). Danielle atuou no poder público, iniciativa privada e terceiro setor, desde 2014 faz parte do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), sendo responsável por iniciativas de mobilidade a pé e em bicicleta, além do desenho de ruas seguras.
A mobilidade ativa, quando pensada de forma estrutural no planejamento das cidades, oferece uma carta ampla de dispositivos. Um mobiliário adequado, calçadas eficientes, acessibilidade garantida com o desenho universal, ciclovias, arborizações, sinalizações semafóricas, entre outros, são elementos já existentes em nossas cidades, porém, quando em sinergia, podem oferecer o ambiente ideal para que as travessias humanas sejam saudáveis e atrativas.
Durante a conversa ficou evidente que a tecnologia isolada de um pensamento mais amplo sobre como nos comportamos nos espaços não garante a eficiência do transporte. Gadgets, aplicativos, sistemas integrados de georreferenciamento, entre outras soluções atreladas à mobilidade são apenas uma ponta de ação possível. Há um grande trabalho de base a ser feito, sobretudo na qualidade do ambiente urbano, no correto planejamento do uso e ocupação do solo, nas prioridades da gestão quando o assunto é a qualidade de vida das pessoas.
A rede viária é aquela que, num primeiro momento, possibilita o funcionamento da mobilidade ativa. As estruturas superficiais da cidade são a verdadeira plataforma para que a mobilidade ativa aconteça. Todos os equipamentos de apoio deveriam formar uma grande rede de caminhabilidade, esta, criada em prol de distância menores para os deslocamentos diários, a tal cidade compacta. Nas regiões metropolitanas o desafio é ainda maior, no entanto, em cidades médias as soluções estão facilmente disponíveis.
Em termos de financiamento e gestão está se cristalizando uma consciência a respeito da importância da mobilidade ativa no Brasil. Vários locais no mundo já são ótimos exemplos de como essa política melhora a vida nas cidades. Se você quiser saber mais sobre o assunto, não deixe de escutar o episódio.
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